quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

∞ CONVERGÊNCIA

O americano William Henry Jenkins, professor e pesquisador em Mídia Comparada no Massachusetts Institute of Technology (MIT), argumenta que, assim como as posições entre texto e leitor estão se quebrando, no sentido de que autor e leitor constroem juntos a obra, está ocorrendo também uma convergência dos meios de comunicação, uma cultura participativa e uma inteligência coletiva.
Na obra CULTURA DA CONVERGÊNCIA, o autor explica os conceitos acima:
“Por convergência refiro-me ao fluxo de conteúdos através de múltiplos suportes midiáticos, à cooperação dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam. Convergência é uma palavra que consegue definir transformações tecnológicas, mercadológicas, culturais e sociais, dependendo de quem está falando e do que imaginam estar falando” (pág.4).
Por cultura participativa, entende-se, com Jenkins, a interação de papéis entre produtores e consumidores de mídia, guiados por regras ainda não muito claras. As obras mais antigas remetiam a eventos mais nacionalmente culturais e específicos; as atuais, até mesmo devido à globalização, dialogam com eventos multiculturais e exigem intertextualidade cultural e, como acréscimo, midiática
Por inteligência coletiva, termo criado por Pierre Lévy, entende-se a convergência que “ocorre dentro dos cérebros de consumidores individuais e em suas interações sociais com outros (...) a partir de pedaços e fragmentos de informações extraídos do fluxo midiático e transformados em recursos através dos quais compreendemos nossa vida cotidiana. (...) nenhum de nós pode saber tudo; cada um de nós sabe alguma coisa e podemos juntar as peças, se associarmos nossos recursos e unirmos nossas habilidades. A inteligência coletiva pode ser vista como uma fonte alternativa do poder midiático. Estamos aprendendo a usar esse poder em nossas interações diárias” (pág.5).
O celular é um exemplo corriqueiro da convergência midiática: telefone, câmera fotográfica, mensagens de textos, porta-fotos, internet, MP3 player, games etc. Esta invenção cada dia mais converge a comunicação ponto a ponto (correio e telefone, por exemplo) com a comunicação de massa (imprensa, rádio e televisão) (Ithiel de Sola Pook apud Jenkins, pág. 12). O canivete suíço que encantou todos no passado!
Alguém se lembra do programa “Não diga não” ou de pedir uma música para ser tocada? Era um máximo! Telefonar e conversar com um locutor na rádio e sua voz ser ouvida NO RÁDIO! Era o ápice da interação, da participação! E pensar que hoje podemos estar presente em rede mundial de comunicação, com som e imagem! O youtube nos possibilita assistir a filmes, episódios interessantíssimos feitos por amadores, anteriormente produzidos somente por empresas reconhecidas na área. Assim, é possível ver recriações da série televisiva GLEE, produzida pela FOX, em apresentações, tais como "Don't Stop Believing" - Glee e Glee Don't Stop Believin (Journey Cover) by Nick Pitera. Além de serem desdobramentos de uma produção, digamos “autorizada”, nos levam a refletir sobre o sentido de tribo da sociedade atual – cantores clonados e vestidos igualmente; o vestuário da juventude (calça jeans, camiseta preta e tênis) – e a simbiose entre masculino e feminino (alternância de timbre de vozes). Por outro lado, o canal Fox reconheceu a importância da cultura participativa e promove, por exemplo, concurso de fotos Glee, uma forma de prolongar a conversa sobre a série e, talvez, também de colher novos personagens mais “carne e osso” para programações futuras.
A mídia se misturou com a publicidade e com a economia – a novela lança moda, o filme lança games; a cantora (um produto da mídia!) faz parcerias com indústrias de brinquedos e se reproduz em bonecas, bolsas, sandálias etc.; a atriz põe em voga uma linha de cosméticos; o filme Harry Portter compactua-se com a venda de livros, camisetas, entre outros produtos; e por aí vai. Também estamos quase conseguindo a onipresência (Mude seu conceito de “presença”, urgentemente!): do local de trabalho as mães podem vigiar o filhinho no berço, entre outras atividades familiares.
E esse texto que vocês acabaram de ler é o último exemplo, até o exato minuto, de um tipo de aplicação da convergência dos meios de comunicação, da cultura participativa e, sobretudo, do uso da inteligência coletiva. Excelente! Ficamos sabidíssimos cada dia mais! Não é ficção: vamos precisar implantar uns bytes no cérebro para memorizar tudo isso! Socorro!

5 comentários:

  1. Oi, Marieta!

    Gostei da forma como você dividiu as diversas formas de cultura enfocadas por Jenkins. Não pensei nisso. Realmente há muitas formas de interação com a convergência hipermidiática nos tempos modernos, pois em cada coisa que fazemos elas se fazem realmente necessária. Não sou muito a favor de que as mães vigiem seus filhos por intermédio dessa forma midiática, pois ao passo que isso leve a vigiar seres conscientes, pode-se tornar uma invasão de privacidade, contudo, talvez a medida venha a ser uma prática num futuro não muito distante, e seja realmente necessária. Isso é interação hipermidiática.

    Um abraço.

    Genaro.

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  2. Olá Marieta, tudo bem?
    Gostei do seu texto. Achei bem trabalhado, você explorou conceitor, contextualizou e ainda contrastou os meios de comunicação convergentes com outros mais antigos. Bom trabalho!
    abraço,
    Marcus

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  3. Olá Marieta,
    Confesso a você que descobri muita coisa nas entrelinhas da tecnologia.Estava no meu mundo e não tinha ideía de nada disso.Só me lembro que não entendi nada do "fenômeno Matrix".Reforcei meu aprendizado com aleitura de seu texto.Algumas explicações detalhadas que ajudam muito.
    Abraços.

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  4. Marieta,
    Gostei muito do seu texto, você fez um compacto de tudo que estudamos neste unidade bem explicado, como a Márcia Rejane disse, reforçou o aprendizado que tivemos até aqui.
    Abs,
    Mônica R. Palhanos.

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  5. Olá Marieta,

    Obrigada pelo comentário no meu blog, gostei muito viu
    Quase não tivemos contato durante o curso, mas vamos reverter essa situação não é mesmo!?

    Com relação ao seu texto vejo que compreendeu muito bem a atividade dessa semana e as referências citas estão bastante elaboradas. Acho que depois dessa leitura todos nós vamos assistir a filmes como Matrix por outra ótica.

    Parabéns! Abraços

    Viviane

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